Montemor-o-Velho a Lousã passando por Tentúgal e Condeixa-a-velha

terça-feira, 11 de maio de 2010 05:24 Publicada por Sara Santos

O nosso périplo teve início no castelo medieval de Montemor-o-Velho. Guarda a Torre de Menagem, a Torre do Relógio, o Palácio das Infantas, o Castelejo e a Igreja de Santa Maria de Alcáçova, um dos poucos templos na vila diariamente abertos ao público, sendo a sua arquitectura actual um misto do gótico com o manuelino.
Relvado e ajardinado, o castelo é dos lugares mais agradáveis desta vila pacata. Ainda para mais está equipado com uma confortável casa de chá de linhas contemporâneas. Com uma vegetação cada vez mais rara de juncos, salgueiros, amieiros, freixos, choupos e nenúfares, entre outras espécies, representa, conjuntamente com os vizinhos pauis de Arzila e da Madriz, um dos últimos exemplos deste tipo de zona húmida na região centro.
Para colmatar o passeio, passe pelo Restaurante Ramalhão. O arroz é a especialidade local, pelo que não deixe de experimentar o “dito” de lampreia à moda de Montemor, o entrecosto de vinha d’alhos com arroz de espigos ou o arroz malandrinho de galinha vadia.
São os pastéis que lhe fazem a fama actual, mas Tentúgal é, desde tempos remotos, frequentada pelas mais reputadas e afortunadas famílias. Restam desses tempos magníficos solares hoje arruinados, meia dúzia de igrejas relativamente bem conservadas, algumas praças belíssimas e, claro está, uma das receitas mais afamadas da doçaria nacional, herança carmelita.
A mais antiga doceira da vila, Natália, é actualmente proprietária de uma das nove fábricas/confeitarias que produzem e vendem os pastéis de Tentúgal – a Afonso. Criada em meados de 70 do século passado, esta pastelaria oferece aos gulosos de passagem não só os tradicionais pastéis de Tentúgal como criações originais da família, entre outros doces únicos na região, à semelhança da Espiga Doce.

Satisfeitas as papila gustativas há que seguir para Conímbriga, onde se encontram os vestígios de uma das mais fulgurantes cidades romanas da Península Ibérica, habitada, pelo menos, entre o século IX a. C. e os séculos VII-VIII da nossa era. Mosaicos, lojas, casas, banhos e até um cemitério constam da exposição a céu aberto, complementada pelo acervo do museu, um conjunto de colecções diversificadas, ilustrativas da evolução histórica do lugar.
Os dias curtos de Inverno ditam, entretanto, a nossa ida para a Lousã. Aguardam-nos Manuel e Maria José, dois apaixonados pela serra que se encontram à frente da unidade
de turismo rural Quintal de Além do Ribeiro, onde iremos dormir.
A casa, com mais de dois séculos de existência, foi totalmente recuperada, preservando, entre outras relíquias, mobiliário do Romantismo, uma colecção admirável de rádios antigos e uma mala indo-portuguesa onde são servidos os pequenos-almoços.

No exterior, a piscina e o galinheiro fazem as delícias das crianças enquanto os jardins, O quintal e o pomar no exterior, a piscina e o galinheiro fazem as delícias das crianças enquanto os jardins, o quintal e o pomar tranquilizam os adultos. O jantar, se encomendado com antecedência, pode ser feito no Quintal de Além do Ribeiro.
Caso contrário, o restaurante Burgo, junto ao castelo e às piscinas naturais da Lousã, oferecidas pelo rio Ceira, serve os mais soberbos pratos regionais – bacalhau com migas, chanfana, cozido da serra... – com uma mestria difícil de igualar.

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